Arquitetas criam projeto de quarto para crianças em apartamento compacto
A microapartamentos – ou apartamentos mais compactos agrada parte dos compradores de imóveis. Para aqueles que gostam da ideia de alguns cômodos, é necessário para pensar muito na decoração, levando em conta a necessidade de valorizar e aproveitar cada espaço.
Pensando nisso as arquitetas Camila Marinho e Renata Assarito, reformaram dois quartos de crianças, trazendo diversos detalhes de decoração e aproveitando ao máximo o ambiente.
“Criamos um quarto para uma bebê, a Martina, que antes era o quarto do irmãozinho mais velho dela – o Dante. Tivemos que pensar em todos os detalhes, então fizemos um céu estrelado bem delicado, bem princesa. Além disso, montamos a iluminação de uma forma indireta aos olhos do bebê que vai estar dentro do berço. Tem uma fita de led que fica em torno da marcenaria em formato de U, que sobe a parede, vai pelo teto e depois desce de novo”, explica a arquiteta Renata Assarito.
Um dos principais pontos para reformar espaços mais compactos é aproveitar o famoso “menos é mais”. Dar atenção a móveis e acessórios que são essenciais para o quarto e que, às vezes, tenham mais de uma função.
“Algo bem interessante no quarto é que, além da iluminação, nós temos um painel de TV. É como se fosse uma peça só. Mesmo sendo uma peça mais robusta deixou um ambiente bem delicado. Além disso, colocamos tudo de uma forma em que a Martina cresça e dê para tirar o berço e colocar uma caminha. Ainda ficaria algo atemporal, porque, de um lado, colocamos um papel floral e de outro um degradê do rosa para o azul”, completa a também arquiteta Camila Marinho.
Opção para os baixinhos “mais velhos”
Já quando se trata de quartos para crianças um pouco maiores, é importante se manter atento aos gostos da criança, mas de uma forma que o quarto consiga se adaptar com as mudanças de fases.
“O Dante é apaixonado por super-heróis. Então, tivemos que colocar cores que remetessem a eles, mas que não incomode a criança quando ela crescer e, eventualmente, não gostar tanto mais do tema. Fomos para uma tonalidade cinza e azul, com alguns toques de vermelho até mesmo na decoração, tipo a caixa organizadora. Fizemos um adesivo na porta que simboliza esses super-heróis, pegamos todos os bonecos e colocamos nos nichos que ficam em cima da cabeceira. Ali tem um baú, então organizamos todos os bonecos dele, ficou bem legal. Também tem a bancada de estudo para ele brincar, pintar e chamar os amigos. Pensando em tudo isso de uma forma que pudesse otimizar o espaço”, conta Assarito.
Para as arquitetas, o principal desafio do projeto foi convencer os proprietários a mudar uma criança de um quarto para outro. “O quarto do Dante era o maior, então mostramos que poderíamos deixar o menino com o quarto menor pois ele já está crescendo. Assim, seria possível otimizar o espaço com a cama junto à bancada, ao guarda-roupa, e conseguimos colocar tudo o que precisava dentro do quarto menor”, complementa Renata.
Já o da Martina foi preciso no quarto maior por conta de berço, da cômoda, da parte da amamentação, então foi preciso trocar os quartos. “O interessante também é que o Dante não dormia no quarto dele, dormia com os pais. Então, era um desafio fazer tudo isso no quarto e ele querer estar no quarto dele. Depois que entregamos o projeto, os pais deram um feedback que ele não sai do quarto e só quer ficar lá aproveitando”, explica Camila Marinho.
No momento da pandemia é essencial ter um espaço confortável para fazer suas tarefas. “A bancada de estudo que criamos para o Dante foi muito para lição de casa e desenhar, mas na verdade está sendo muito essencial nesse momento, já que ele está estudando em casa. Acabou virando o cantinho de estudo dele. O acrílico que colocamos no painel pode ser usado para colocar um recado de lição de casa, alguma mensagem que a mãe queira deixar para ele. Pensamento para realmente ser algo imperativo para ele”, conclui a arquiteta Renata Assarito
Mercado de apartamentos compactos
Grupo especializado em imóveis, calcula que entre 2012 e 2019 foram lançadas no país mais de 55 mil unidades na categoria.