Jogar-se no chão, chorar ininterruptamente, gritar, ficar emburrado, negar-se a cumprir alguma ordem e dizer que não vai fazer nada são algumas artimanhas utilizadas pelas crianças para protestar por alguma negação imposta pelo adulto ou conquistar o que é de desejo. Quando a manha é praticada em público os pais e responsáveis ficam mortificados e impacientes e acabam cedendo aos desejos da criança.
A birra faz parte do desenvolvimento infantil e é uma forma da criança manifestar o que deseja, ou seja, é um movimento natural da criança que vai em busca de realizar a sua vontade. Esta característica aparece geralmente na primeira infância – por volta dos 18 meses – e se intensifica entre os 2 e 3 anos.
Neste momento, diferentes questionamentos passam pela cabeça dos pais, como: e agora? Devo fazer o que ele deseja a fim de fazê-lo parar de chorar? Deixo faltar na escola só hoje? Largo chorando no meio do shopping? Compro para cessar o choro?
Muitas vezes a criança insiste em gritar e chorar porque ela percebe que os pais estão entrando no jogo dela. Desta forma, podemos considerar um jogo de paciência para ver quem vai ceder primeiro. O pior é que muitas vezes o jogo se reverte e quem passa a ser testado são os adultos, afinal, a birra é a comunicação de uma necessidade e quem diz se ela foi comunicada de uma forma eficiente ou não são os adultos.
É importante lembrar que a birra é a consequência da falta de regras e limites, as quais devem ser impostas, pelos pais e responsáveis. Parece um pouco contraditório, mas são os pais que reforçam o comportamento dos filhos ao cederem, ou seja, a criança fica condicionada e aprende que toda vez que fizer birra vai ganhar ou conseguir o que quer.
Veja algumas dicas práticas de como contornar a manha:
Calma: o grande desafio dos pais é manter a calma, olhar nos olhos da criança e dizer que com tanto choro e grito não dá para compreender o que ela sente e deseja. Os pais podem dizer que vão aguardar ela se acalmar para depois conversarem.
Posicionamento: é importante mostrar para a criança que ela não vai conseguir nada com a birra e ressaltar que este não é a melhor maneira para pedir ou buscar algo.
Birras em público: no momento de um “show” em público, os adultos devem, com muita calma e respeito, interromper o momento da criança e voltar para casa. Devem avisá-la que não é daquela forma que as coisas acontecem e que tal atitude fez com que o passeio acabasse. Neste momento a criança entende que a birra não comunica nada e pode acabar com um momento prazeroso.
Atenção: o momento em que a criança se acalma e expressa o que quer deve ser valorizado pelos pais, afinal exige muita reflexão da criança.
Exemplo: Os pais são exemplo para os filhos, por isso, não reforce o comportamento agressivo com suas atitudes. Não grite, bata, ameace ou castigue, introduza o diálogo e mostre que este é o melhor caminho.
Alinhamento: os pais e/ou cuidadores precisam ter a mesma postura e ser coerentes entre si, opiniões divergentes causam insegurança nos filhos.
Regras e limites: estes foram feitos para serem determinados e seguidos, então, imponha as regras e limites e os cumpra.
O segredo é a criança notar que mesmo chorando, gritando, se jogando no chão, as consequências de tanta cena não serão positivas. E tal atitude deve ser tomada desde uma idade precoce, antes que tais atitudes estejam consolidadas, pois se tornam cada vez mais complexas e elaboradas, dessa forma se torna mais fácil a extinção da birra.
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