Ambiente corporativo
Decoração influencia diretamente na mensagem que o profissional passa ao cliente
O local de trabalho é para muitos profissionais a segunda casa. Por isso, a escolha da decoração de ambientes corporativos é tão importante. É nesses locais que uma ou mais pessoas passam grande parte do dia, recebem clientes e tomam decisões importantes. Mas, além de proporcionar bem estar para quem trabalha, os ambientes corporativos transmitem mensagens sobre os profissionais, o que torna a decoração uma grande aliada.
A arquiteta Adriana Bellão, de Campinas / SP, explica que a funcionalidade deve se sobrepor a gostos pessoais. “Em um ambiente corporativo vale mais a praticidade do que passar personalidade de uma pessoa em si. É um espaço coletivo ou no qual o profissional irá atender pessoas, por isso o bom senso na hora de projetar e decorar é essencial”, diz.
O ambiente de trabalho reflete os conceitos principais da empresa, além de atender às necessidades de organização espacial básicas para a existência da corporação. “Diferente de uma casa, onde por exemplo você faz um quarto com as preferências do morador, no ambiente corporativo você deve buscar agradar o maior número de pessoas, sem ser específico nas suas preferências. O importante é a funcionalidade e a mensagem que quer se passar”, alerta.
Adriana Bellão exemplifica, lembrando de um projeto que fez para um escritório de advocacia. “Me chamaram para fazer a sala de reuniões do escritório. Antes de conceber o projeto é preciso entender o que irá acontecer no local. Em um escritório de advocacia, por exemplo, a sala de reuniões é usada para tomar decisões importantes, difíceis e até sigilosas. Por isso, a ideia foi passar seriedade, sobriedade e reforçar a privacidade. Fiz isso colocando apliques em gesso nas paredes já existentes e fazendo paredes extras em drywall, além de rebaixar o teto em gesso e instalação de forro acústico no teto para dar privacidade e resolver o problema da acústica do ambiente. No piso, foi instalado carpete, que também auxilia na acústica”, lembra.
A profissional destaca que em casos como esse, quanto menos peças chamativas, melhor. “A decoração foi simples: estantes, bancadas de apoio para café, uma mesa e cadeiras de couro. Para finalizar o projeto, coloquei uma tela sob encomenda, que compôs com os tons do ambiente”, conta Adriana, destacando que para ficar impessoal, o ambiente não precisa ser frio e pouco acolhedor.
O uso de cores e móveis, segundo Adriana Bellão, varia de acordo com o ramo de atividade exercida no ambiente e, principalmente, com o bom senso. “O local pode ter, por exemplo, referências à profissão. No que tange às cores, quem lida com saúde, por exemplo, tem a tendência de usar o branco, que remete à limpeza e higiene. Já em profissões mais despojadas, como publicitários, o ambiente pode abusar na cor e estampas”, afirma.
O projeto de decoração deve estar intimamente ligado à ocupação do profissional e deve ser sempre planejado pensando no melhor atendimento ao público. Para desenvolver um projeto de um consultório de uma pediatra, Adriana Bellão abusou da criatividade e da adaptação do espaço original. “Às vezes é preciso recriar o espaço para se chegar à proposta ideal.”
O que existia no início era uma sala única com um banheiro. Foi feita uma obra para dividir os espaços e depois a ambientação. Criou-se uma recepção com espera, um espaço kids e o consultório em si. O local não tem tapete nem muitos adornos, pensando na praticidade e até mesmo na segurança das crianças. Para ganhar espaço e dar conforto aos pacientes, foi colocado um banco em MDF, tirando partido de um pilar existente. Já que se trata de um ambiente para atender crianças, não pode faltar o lado lúdico, que foi caracterizado com brinquedos e pufes. Mas ao mesmo tempo, os móveis projetados especialmente para o local, em estilo clean, dão a seriedade que a profissional precisa passar para os pais.
A receita para o sucesso na decoração de ambientes corporativos, segundo a arquiteta, é fácil. “O projeto tem que buscar transmitir a credibilidade daquele profissional. Não pode ser um conjunto de referências pessoais, tem que ser acolhedor para todos e não apenas para o profissional. A dica é sempre pensar na mensagem que se quer passar, do tipo de serviço que se presta ali, lembrando sempre do bom senso. Seguindo isso, não tem como errar”, finaliza.