Comportamento
Quase uma hora do dia é gasto com fofoca. Estudo publicado pela revista científica Social Psychological and Personality Science revelou que cada indivíduo gasta, em média, 52 minutos fofocando. A análise considera “fofoca” toda conversa que envolva uma terceira pessoa, não presente no momento. Assuntos variados do aniversários ao vexame do vizinho, todos se encaixam na definição de “fofoca”.
Para a psicóloga Lia Clerot, falar de outras pessoas é uma prática social de sobrevivência. Isto porque informação é uma forma de domínio e poder. “Precisamos saber com quem podemos contar, quem é aliado de quem, como cada um pensa, se posiciona, quem não está respeitando as regras. É uma forma de se proteger e também aqueles que estão no nosso círculo de convivência”, destaca.
Outro ponto que a psicóloga destaca é que falar dos outros é também uma forma de manter aquele grupo de pessoas unidos e bem. “Se acontece um problema com um ente da família, é importante que todos saibam para que tomem as devidas providências. Seja um problema de saúde, financeiro, amoroso, é preciso pensar soluções para evitar ou minimizar danos individuais e coletivos”, completa a psicóloga.
Acima de tudo, é preciso saber o limite. Compartilhar informações é importante, mas a psicóloga alerta que devemos sempre pensar se há propósito em dizer determinadas coisas. “Se o intuito é prejudicar, expor, conflitar é hora de se calar. A fofoca, como o senso comum entende por definição que é falar mal de alguém, deve sim ser evitada se for feito de forma maledicente. Nesta hora além de ser algo amoral ou antiético também expõe quem fala, pois nestes casos você não estará só falando mal de alguém, mas também expondo seu próprio caráter”.
Para Lia, fazer fofoca pode se tornar uma compulsão. Para ela, a pessoa passa a focar tanto no outro que se esquece até de si mesmo. Ela alerta que gostar de repassar ou mesmo de ouvir fofocas além do normal é algo que merece atenção.